Curitiba – PR
- almadeturista
- 23 de set. de 2018
- 9 min de leitura
Atualizado: 12 de nov. de 2018
Roteiro de 3 dias pelos pontos turísticos

Ficha Técnica: Fundação: 1693 População: ≅ 1,9 milhões de habitantes Como chegar: mapa De avião: Aeroporto Afonso Pena (≅16 km do centro)
Curitiba é uma cidade para quase todos os gostos. Só não vou generalizar porque sempre há aquela criaturinha do contra.
Na região central, há construções tombadas pelo patrimônio histórico, praças, o primeiro calçadão do país, museu e uma bela mesquita.

Espalhados pela cidade você encontra parques memoráveis, o peculiar Museu Oscar Niemeyer, Bosques e Memoriais dedicados aos vários imigrantes desta região.

No bairro da Santa Felicidade, o olfato e o paladar são os sentidos mais agraciados, enquanto você descobre os vinhos aqui produzidos e almoça em um dos vários restaurantes. Talvez depois do almoço você queira também passear pelas diversas lojas de móveis próximas.
Reserve também um dia para fazer o passeio de trem pela Serra do Mar, desde a Rodoferroviária de Curitiba até a cidade de Morretes (que é uma atração a parte).

Quantos dias preciso para conhecer tudo isso?
A não ser que você esteja de férias, seu tempo disponível será um fim de semana ou um feriado. Aqui recomendamos três dias para fazer um passeio quase completo e sem tanta correria. A partir de nossas dicas, você pode customizar e ver menos ou mais atrações, de acordo com seu interesse e com seus dias de estadia em Curitiba.
Como aproveitar ao máximo a visita?
Isso é o que tentamos responder em uma série de posts que tratam de cada ponto turístico, do passeio de trem até Morretes, de um roteiro pelo centro e setor histórico (passando, é claro, por diversas atrações) e de como utilizar o ônibus da Linha Turismo da melhor forma.
Os posts são disponibilizados periodicamente. Assim, embora nesta página sejam citados todos os pontos turísticos e passeios, alguns ainda não possuem o post relacionado.
Se tiver alguma dúvida sobre um assunto que ainda não foi disponibilizado, deixe um comentário e responderemos.
Conhecendo Curitiba em 3 dias (Pontos Turísticos / O que fazer?)
Para uma viagem de 3 dias, sugerimos: um roteiro a pé pelo Centro e Setor Histórico (Dia 1), conhecer os demais pontos turísticos com o ônibus da Linha Turismo (Dia 2) e fazer passeio de trem até Morretes (Dia 3).
Esta ordem é totalmente flexível. Há, entretanto, alguns pontos de atenção para quando fizer seu planejamento:
O ônibus da linha turismo e algumas atrações (como a Torre Panorâmica) não funcionam às segundas-feiras. Durante as férias (meses de Julho, Dezembro, Janeiro e Fevereiro) o ônibus circula todos os dias.
O passeio de trem é bem concorrido aos fins de semana. Caso sua viagem seja obrigatoriamente neste período, deve-se reservar os bilhetes com certa antecedência (15 dias ou mais).
O roteiro a pé pelo centro histórico não toma todo um dia. Assim pode ser combinado com alguma atração mais distante ou pode ser feito no dia de sua chegada à cidade.
Dia 1 – A pé pelo centro
Andando pelo centro de Curitiba, é possível visitar vários dos pontos turísticos da cidade, incluindo os do Setor Histórico. Depois de alguns testes por caminhos diferentes, criamos um roteiro ‘circular’ (os matemáticos que me perdoem) que passa por 17 atrações (listadas a seguir). Além destas, nessa região há várias lojas e restaurantes que podem complementar seu passeio.

Caso você esteja hospedado próximo ao centro, basta escolher a atração mais próxima e iniciar o circuito a partir daí. Se seu hotel for mais distante, sugerimos que pegue um táxi (ou Uber) ou, se preferir, venha de carro (procure os estacionamentos mais em conta) ou de ônibus (se você souber onde descer, claro).
O mapa e os detalhes do roteiro podem ser acessados aqui. Os pontos turísticos percorridos neste trajeto são:
Pontos turísticos no Centro e Setor Histórico de Curitiba:
1 – Rua 24 Horas
4 – Museu Paranaense
11 – Passeio Público
12 – Teatro Guaíra
14 – Paço da Liberdade
Dia 2 – De ônibus pela cidade
A forma mais prática e barata de visitar os pontos turísticos de Curitiba é utilizando a Linha Turismo, linha de ônibus especial que circula entre as principais atrações da cidade. Esse meio de transporte facilita bastante, uma vez que muitas das atrações estão espalhadas pela cidade e distantes umas das outras.

O ônibus da Linha Turismo inicia seu trajeto na Praça Tiradentes às 9 horas da manhã. A partir daí, segue por outros 24 pontos turísticos até retornar ao ponto inicial. O ônibus passa a cada meia hora (aproximadamente) para descida e reembarque dos turistas.
Por R$45,00 você adquire o bilhete (você pode comprá-lo ao entrar no ônibus) que vem com 5 tíquetes individuais destacáveis. Cada um desses tíquetes dá direito à entrada no ônibus de turismo. O primeiro é utilizado no embarque e os outros garantem 4 reembarques.
Se você embarcar e desembarcar no mesmo local (próximo ao seu hotel, por exemplo), você poderá descer em apenas 4 pontos turísticos do trajeto da Linha Turismo. Contando que temos 25 opções de parada, eu considero 4 descidas muito pouco.

Há como “otimizar” a utilização do ônibus, entretanto.
Dica 1:
Uma dica é fazer o roteiro a pé, mencionado antes, pelas atrações da região central. Observando a lista dos pontos de parada do ônibus, você verá que o roteiro pelo centro passa por 7 deles. Assim você terá menos 7 motivos de dúvida.
Dica 2:
Outra dica é ir de Uber (ou táxi) para algum ponto turístico que você queira conhecer (e que não seja tão distante do seu hotel) e de lá pegar o ônibus de turismo.
No desembarque você pode fazer a mesma coisa. Ou seja, depois de usar seus 4 tíquetes de reembarque, você pode descer em uma última atração que queira conhecer e que dê para chegar ao seu hotel sem gastar muito (energia ou dinheiro).
Fizemos isto para embarcar: fomos de táxi desde nosso hotel no centro até o Bosque do Papa. De lá fomos ao Museu Oscar Niemeyer e só então embarcamos no ônibus de turismo. Com dois locais já visitados.
Bosque do Papa e Museu Oscar Niemeyer? Pois é. Os dois estão lado a lado. Caminhando pelo bosque você encontra uma saída que chega aos fundos do Museu.
Dica 3:
Essa é outra dica: aproveitar uma descida para visitar outros pontos turísticos próximos.
Exemplificando, você pode agrupar estes locais em uma descida (não considerando as atrações do centro):
Bosque do Papa, Museu Oscar Niemeyer e Centro Cívico
Mercado Municipal e Museu Ferroviário
Parque Tingui e Memorial Ucraniano
Dica 4:
Sei que gosto é igual aquilo lá, mas alguns pontos de parada podem ser descartados. Quais e por quê?
Teatro Paiol: é bonito e diferente, porém não vale uma descida. Você iria tirar algumas fotos e ficar esperando o próximo ônibus por meia hora?
Portal Italiano: é um portal, simplesmente. E, aparentemente, não há muita coisa em volta dele para ver/fazer/almoçar.
Dica 5:
Alguns pontos turísticos tem propósitos bem específicos (ou limitados). Assim, você deve verificar se fazem parte do seu planejamento:
Santa Felicidade: os restaurantes mais badalados, vinhos e móveis. Se você não for almoçar, não quiser saber de vinhos ou móveis, melhor não descer aqui.
Torre Panorâmica: a partir dela você tem uma bela vista da cidade, há fotos informativas que te ajudam a achar os pontos turísticos em meio ao panorama. Entretanto, se você é dos que não gostam de altura (ainda que o mirante seja fechado por vidros e bem amplo) ou se estiver fazendo o passeio em uma segunda-feira (nos meses em que o ônibus circula), não há porque descer aqui.
Parque Barigui: é talvez o parque mais frequentado da cidade. Por isso mesmo, é um parque muito usado para caminhada, corrida e para andar de bicicleta. Praticamente o Ibirapuera de Curitiba. Ir ou não depende do que você espera dos pontos turísticos. O Barigui é o parque bonito, com um grande lago e pistas de caminhada. Mas não é um parque diferente, como o Tanguá ou o Jardim Botânico.
Os únicos locais que ainda não conheci foram o Parque São Lourenço e o Bosque Alemão (dizem que este tem umas trilhas voltadas para crianças), assim não darei opinião sobre estes.
Pontos Turísticos / Pontos de parada do ônibus da Linha Turismo:
1 – Praça Tiradentes
2 – Rua das Flores
3 – Rua 24 Horas
4 – Museu Ferroviário
5 – Teatro Paiol
6 – Jardim Botânico
7 – Rodoferroviária / Mercado Municipal
10 – Passeio Público / Memorial Árabe
11 – Centro Cívico
12 – Museu Oscar Niemeyer
14 – Bosque Alemão
15 – Universidade Livre do Meio Ambiente (Unilivre)
16 – Parque São Lourenço
17 – Ópera de Arame
18 – Parque Tanguá
19 – Parque Tingui
20 – Memorial Ucraniano
21 – Portal Italiano
22 – Santa Felicidade
23 – Parque Barigui
24 – Torre Panorâmica
25 – Setor Histórico
Dia 3 – De trem pela Serra do Mar

Em Curitiba você pode viajar através da Serra do Mar em direção a Morretes. E mais que isso, você pode ir de trem. Em um país com tão poucos trens de passageiros ainda funcionais, esta é, certamente, uma experiência distinta.
Todos os dias, o trem parte da estação Rodoferroviária de Curitiba às 08:15 da manhã. A chegada em Morretes ocorre por volta do meio dia. Pode-se então passear pela pequena cidade até o retorno às 15h. O trem chega de volta à Curitiba por volta das 18:15h.
A empresa responsável pelo trem turístico é a Serra Verde. Você pode adquirir os bilhetes diretamente no guichê da empresa na Rodoferroviária, entretanto, nos fins de semana e feriados, os bilhetes costumam esgotar muito antes.
Você pode comprá-los antecipadamente nesta agência de turismo (é só mandar uma mensagem, que eles passam as opções e disponibilidade dos bilhetes).
O passeio é muito mais proveitoso em períodos de tempo firme e ensolarado. Em dias chuvosos ou com neblina, não é possível enxergar boa parte das belas paisagens da Serra.
Em dias de boa visibilidade é possível ver cachoeiras e rios em meio a mata, além de passar por pontes em que parecemos estar flutuando sobre o nada.
Conhecendo mais o seu destino: Curitiba – História e origens

Origem do nome
Curitiba significa “grande quantidade de pinheiros” ou “pinheiral” em tupi-guarani, língua de seus nativos habitantes. O nome deve-se à grande quantidade de araucárias existentes originalmente na região. Até hoje, a árvore é um dos símbolos da cidade e do Paraná.
Ciclo do Ouro
A ocupação do chamado Sertão de Paranaguá (ou Campos de Curitiba) iniciou-se no século XVII, quando vestígios de ouro foram encontrados nas proximidades da Vila de Paranaguá. Visando tomar posse das possíveis minas, muitos seguiam o curso do Rio Ribeira de Iguape (desde a região da Cananéia) até chegar ao que é hoje Curitiba. Outros partiam do litoral e transpunham a Serra do Mar, alcançando o primeiro planalto do Paraná.
Os primeiros habitantes se estabeleceram neste período e, pela autoridade de Eleodoro d’Ebano, foi criado o arraial de Curitiba, que originaria o povoado de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais.
Gabriel de Lara, bandeirante natural de Santana de Parnaíba e Capitão-mor da Capitania de Paranaguá, subiu ao planalto em 1668. Como procurador do Donatário da Capitania, ele tomou posse da povoação que ali havia e concedeu a Mateus Martins Leme a sesmaria do Barigui. Além disso, investiu-o de autoridade para dar sesmarias em nome do Rei e erigiu o Pelourinho (espécie de poste no qual amarravam e castigavam os criminosos).
A instalação do Pelourinho foi fundamental para que o povoado atingisse a condição de vila, entretanto, era também necessário que autoridades da Administração e Justiça fossem nomeadas. Isto só ocorreu em 1693, com a criação da Câmara Municipal.
A economia do local, ligada basicamente à extração aurífera, estagnou-se após 1680, quando foram descobertas as jazidas de ouro de Minas Gerais.
Tropeirismo
A vila passou a chamar-se Curitiba em 1721 e, já naquela época, surgiram as primeiras preocupações ambientais e de planejamento urbano. O ouvidor definiu, entre outras coisas, que o corte de árvores só podia ser feito em áreas delimitadas, casas não poderiam ser construídas sem autorização, etc..
A retomada da prosperidade econômica só ocorreu a partir de 1812, com o tropeirismo. Os tropeiros, Vindos de Viamão (RS) e com destino a São Paulo ou Minas Gerais, transportavam gado e mercadoria por longas distâncias e precisavam realizar várias paradas para descanso e pastagem. Curitiba era um ponto estratégico nessa rota, assim um comércio destinado a atender os tropeiros se desenvolveu.
Imigrantes

Em 1853 o Paraná foi emancipado e Curitiba tornou-se capital. Ainda na segunda metade do século XIX, a cidade recebeu imigrantes de diversas localidades: alemães, franceses, suíços, poloneses, italianos, ucranianos. Essa diversidade definiu um novo ritmo de crescimento para a cidade e influenciou fortemente os hábitos e costumes locais.
Estrada de ferro Paranaguá – Curitiba
Em 1885, foi inaugurada a ferrovia Paranaguá-Curitiba, ligação definitiva entre a capital e o litoral. A construção é, até hoje, considerada referência em termos de engenharia, por conta de suas estruturas que rasgam a Serra do Mar.
Atualmente, a centenária estrada de ferro ainda exerce um papel relevante na condução de cargas até o Porto de Paranaguá e também oferece passeios turísticos.

Planejamento Urbano
A cidade teve três grandes planos urbanísticos ao longo de sua história. O primeiro, ainda no século XIX, definia que as ruas tivessem cruzamentos em ângulos retos e fossem paralelas as demais.
No século XX, o segundo plano criou um sistema radial de vias ao redor do centro, estabeleceu um recuo obrigatório de 5 metros para construções novas e definiu a concentração de fábricas na Zona Industrial.
O terceiro plano ainda está em vigor e data da década de 1960. Este delimitou o setor histórico de Curitiba, inaugurou o Teatro do Paiol e fechou parte da rua XV de Novembro ao tráfego de veículos ( a atual Rua das Flores).
A partir desse plano, deu-se início ao modelo de transporte público eficiente e diferenciado que tornou-se referência mundial. Algumas de suas características são: faixas exclusivas de tráfego rápido para ônibus, uso de ônibus articulados e biarticulados (capacidade para 270 passageiros), estações-tubo (permite o pré pagamento da tarifa e o embarque dos passageiros em nível).

O Plano Diretor, priorizou ainda a implantação de parques ao invés de loteamentos nos grandes vazios urbanos. Algumas predeiras desativadas, por exemplo, tornaram-se pontos turísticos, como o Parque Tanguá, Pedreira Paulo Leminski e Ópera de Arame.

Curitibanos ilustres
Dalton Trevisan, Paulo Leminski, Marjorie Estiano, Alexandre Nero, Ary Fontoura, Guta Stresser, Dinho Ouro Preto, Isabeli Fontana
Curitiba, que não tem pinheiros, esta Curitiba eu viajo. Curitiba, onde o céu azul não é azul, Curitiba que viajo. Não a Curitiba para inglês ver, Curitiba me viaja. Curitiba cedo chegam as carrocinhas com as polacas de lenço colorido na cabeça – galiii-nha-óóó-vos – não é a protofonia do Guarani? Um aluno de avental discursa para a estátua do Tiradentes. Dalton Trevisan – “Em busca da Curitiba perdida”
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