ALMA DE TURISTA

Nossa espécie teve, ao longo de sua existência, variados motivos para partir. Já fomos nômades atrás de alimentos, desbravadores do desconhecido, fugitivos de guerras e da seca e, em um período mais recente, exploradores desobrigados do mundo: turistas.
O turismo contemporâneo remete ao termo Grand Tour, que denominava as viagens feitas pelos nobres ingleses em busca de educação e cultura, em meados do século XVII.

Até hoje, vivenciar uma cultura diferente é um dos maiores motivadores para os viajantes e nos ensina coisas que jamais poderiam ser aprendidas de outra maneira.
A alma de um turista anseia por mais: mais lugares, pessoas, paisagens, palavras. Anseia por se deparar com tudo que há para conhecer nessa vida e neste mundo. Se felicita com cada pequena descoberta, seja na cidade vizinha ou a quilômetros de distância.
Ainda temos razões distintas para partir, mas enquanto turistas temos algumas semelhanças essenciais: partimos porque queremos fazê-lo e sempre voltamos, ainda que para partir de novo um tempo depois.

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O mundo não se fez para pensarmos nele
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo.

Alberto Caeiro