Sala São Paulo – OSESP – Concertos Gratuitos
- almadeturista
- 23 de set. de 2018
- 5 min de leitura

Como chegar: mapa (há um estacionamento pago no local). Para os que vão de trem, a Sala fica ao lado da estação Júlio Prestes da CPTM – linha diamante. Horário de Funcionamento da bilheteria: 2ª a 6ª: das 10h às 18h, ou até o início do concerto. Sábado: quando houver apresentação, das 10h às 16h30 ou até o início do concerto. Domingo e feriados: quando houver apresentação, desde duas horas antes do concerto até o início da apresentação (em caso de mais de um concerto no mesmo domingo ou feriado, a bilheteria fecha após o início do concerto e reabre duas horas antes do início do próximo concerto)
Concertos gratuitos
A Sala São Paulo oferece concertos matinais gratuitos aos domingos. Os ingressos podem ser retirados na bilheteria do 1º subsolo da Sala a partir da segunda-feira anterior ao concerto. Há limitação de quatro ingressos por pessoa (ingressos adicionais são cobrados). Para chegar ao 1º subsolo, pode-se entrar pelo estacionamento (Rua Mauá, entre a Sala e o Memorial da Resistência) e descer uma escada. A bilheteria já estará visível.

Há a possibilidade de retirar os ingressos no próprio dia do concerto, entretanto, creio que seja um pouco arriscado por conta da disponibilidade. Já tentei obtê-los em uma quinta-feira e não havia mais nenhum. Na segunda tentativa, fui no primeiro dia de distribuição, em uma segunda-feira pela manhã. Basta apresentar um documento com foto para conseguir os ingressos.
Os concertos matinais iniciam-se às 11h e tem por volta de 1 hora de duração. A programação completa da Sala São Paulo, incluindo os concertos gratuitos está no site oficial. Escolha um e programe-se para ir!
Mesmo que você não goste de música clássica, visitar a Sala São Paulo já valerá a pena!

Você pode aproveitar o passeio e realizar a, também gratuita, visita monitorada, que ocorre às 13h aos domingos. É preciso efetuar o agendamento pelo e-mail visita@osesp.art.br ou pelo telefone 11 3367 9573 (2ª a 6ª das 9h às 18h). Durante a visita os guias falam sobre a história do edifício, seu processo de revitalização e restauração, a acústica da sala, etc.. Aqui há mais detalhes. Na parte final desse post também falamos sobre esses temas.
Sala São Paulo além do concerto
A arquitetura e beleza do edifício são um atrativo a parte, por isso é bom reservar um tempo para explorá-lo. Entrando pela porta principal da Sala, deparamo-nos com este corredor decorado com estátuas e plantas.

Há quatro estátuas das cabeças de quatro deusas, abaixo temos uma delas:

A arquitetura icônica deste famoso prédio da cidade de São Paulo está representada inclusive nos tapetes do edifício:

O piso de uma grande parte da Sala São Paulo é composto por pequenos ladrilhos que formam desenhos ou figuras geométricas no chão.

Você aguardará a entrada na Sala de Concertos sob esse teto ‘horrível’ e, se for visitante de primeira viagem, vai acabar tirando algumas fotos.

Não é permitido filmar ou fotografar durante o concerto, a não ser que queira levar uma bronca dos funcionários e incomodar seus vizinhos (“parece um holofote na minha cara”, disseram, com razão, para uma criatura). Enquanto o espetáculo não começa (ou depois que ele termine), entretanto, aproveite para apreciar a beleza da sala de concertos e, se quiser, para tirar algumas fotos.


Parte dos ingressos gratuitos são destinados a crianças e jovens de escolas públicas e de algumas entidades. Um grande grupo de estudantes chegou no mesmo trem em que estávamos.
Indo de trem
Falando em trem, como a maioria sabe, os entornos da Sala São Paulo não são lá muito agradáveis. A cracolândia logo ali, diversos moradores de rua, lixo para todos os lados, restos de comida. E o pior, definitivamente: o cheiro.
São poucos metros que separam a saída do trem da porta da Sala São Paulo, mas neste percurso é bom ficar esperto para não pisar em nada estranho e para não ser assaltado. Há sempre viaturas ali, mas em São Paulo não convém facilitar, ainda mais nestes locais.
Em todo caso, é um cenário meio surreal: passamos por várias pessoas em situação deplorável e, alguns passos depois, estamos rodeados de gente super bem vestida e em lugar todo glamouroso. Esquisito.
Na volta do concerto, uma pessoa extremamente malcheirosa entrou no trem pedindo dinheiro. Cheiro para mim é um negócio bem complicado. Nesse caso específico, o odor não dispersava e você quase chegava a passar mal.
Assim, digamos que além da experiência visual/arquitetônica e musical, sua ida a Sala São Paulo provavelmente será uma experiência humana (bem desalentadora).
Nos arredores: Memorial da Resistência, Estação Pinacoteca, Estação da Luz

Ao lado da Sala São Paulo está o prédio do Memorial da Resistência do Estado de São Paulo e da Estação Pinacoteca (a irmã da Pinacoteca, que fica em frente à Estação da Luz). Você pode aproveitar sua ida e visitar estes locais. A programação e demais informações sobre o Memorial podem ser encontradas aqui, as referentes à Estação Pinacoteca estão aqui.

O edifício em que se encontra o Memorial da Resistência e a Estação Pinacoteca era, no início do século XX, sede dos escritórios e armazéns da Estrada de Ferro Sorocabana.


A partir do estacionamento, pode-se ver outra atração turística paulistana: a Estação da Luz.


Sala São Paulo – História e origens
A Sala São Paulo é a casa da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP). Sua estrutura original foi inaugurada em 1938 e era totalmente ocupada pela Estação Júlio Prestes.
Nessa época a estação e a ferrovia faziam parte da companhia Estrada de Ferro Sorocabana; esta controlada, então, pelo Estado de São Paulo.

A companhia teve resultados financeiros favoráveis dos anos 1920 até a Segunda Guerra Mundial. Alguns anos depois da Guerra, a decadência financeira iniciou-se e, por conta de outros agravantes, acabou sendo irreversível.
Em 1971, foi criada a Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa) que absorveu todas as empresas estatais paulistas de transporte ferroviário, incluindo, assim, a Sorocabana. O objetivo da nova companhia era reestruturar a malha ferroviária. Depois de algumas décadas, entretanto, a Fepasa não conseguiu lograr seu plano e foi entregue pelo governo estadual à União, em 1998, para quitar dívidas.
Após acordo com a Secretaria de Estado da Cultura, o processo de restauração do edifício teve início. O projeto definia a adequação do espaço ocupado, então, pela Estação Júlio Prestes, com a implantação de uma sala de concertos e convivência da mesma com a estação de trens.

Devido a proximidade entre a estação e a sala de concertos, houve uma preocupação adicional acerca do isolamento acústico da Sala São Paulo.

Sala São Paulo – Projeto Acústico

A qualidade acústica da Sala São Paulo deve-se a vários fatores, tais quais: a geometria da sala, a disposição dos balcões, o desenho das frentes dos balcões, o posicionamento do palco, a inexistência de carpetes ou cortinas, a espessura da madeira do palco, o desenho das poltronas, paredes pesadas, as irregularidades da arquitetura do edifício, etc.. Entretanto a característica mais peculiar é a presença do forro móvel.
O forro é composto por quinze painéis, com espaçamento estrategicamente definido e sua movimentação permite o aumento controlado do volume da Sala e de seu tempo de reverberação.

O tempo de reverberação é o período em que um som é audível. Assim, a Sala São Paulo pode ter um alto tempo de reverberação (forro alto) ou baixo (forro baixo). Isto é interessante pois permite que a sala se adeque a diferentes usos, por exemplo, em recitais a definição (clareza) é fundamental, assim, os painéis devem estar a uma altura baixa (baixo tempo de reverberação).
תגובות