Edifício Martinelli – São Paulo vista de cima
- almadeturista
- 23 de set. de 2018
- 2 min de leitura

O Edifício Martinelli foi o primeiro arranha-céu da capital paulista e, a partir de seu terraço, podemos observar hoje os inúmeros prédios que o seguiram. Próximo a ele está o famoso prédio do Banespa, que também possui um mirante gratuito, cujo acesso está suspenso indefinidamente. Mas não precisa se desapontar, pois visitar o Edifício Martinelli é igualmente, ou até mais, interessante.

Visitando o edifício
A entrada do mirante do Edifício Martinelli não é bem sinalizada. Quando fui, como não havia filas tive que perguntar em uma das várias lojinhas que ficam no térreo. Descobri, então, que a entrada é na Rua São João, no número 35.

Quando eu o visitei, a entrada era liberada em horários determinados. Por isso, ficamos um tempo de cara com uma porta fechada até um segurança vir perguntar o que queríamos. Aparentemente, agora isso já não acontece, então basta esperar na fila.
Depois de um cadastro, destes comuns para entrar em qualquer prédio comercial, vamos de elevador até o terraço. Lá em cima você fica livre para explorar as várias visões de São Paulo e, se der sorte, pode encontrar um guia/monitor do Edifício Martinelli que conta um pouco da história do prédio.

Fiz essa visita logo após ir ao Prédio do Banespa (na época o mirante ainda estava funcionando) e achei muito mais interessante. Afinal, no Martinelli o mirante é um terraço com muito espaço e você não tem que olhar nada correndo. Achei muito mais proveitoso ainda que, por conta da altura pouco inferior, o panorama seja um pouco prejudicado.
São Paulo vista de cima






A história do Edifício Martinelli
Idealizado pelo imigrante italiano Giuseppe Martinelli, começou a ser construído em 1924 no centro de São Paulo. De acordo com o projeto inicial, o prédio teria 12 andares, entretanto Martinelli foi acrescentando outros durante a construção.
Quando atingiu 24 andares, a obra foi embargada por conta de ausência de licenças e coisas do tipo. Depois de trâmites burocráticos e jurídicos, a construção teve prosseguimento, atingindo, ao fim, 30 andares de altura.

O Edifício Martinelli passou a abrigar então clubes, jornais, restaurantes, sindicatos e boates. Inclusive seu criador, cuja residência ocupava os 5 andares mais altos.
O cimento, louças, elevadores, portas e mármore importados, os mais de 600 operários e todos os detalhes artísticos fizeram com que a construção culminasse em sérios problemas financeiros para seu entusiasta.
Eventualmente, o prédio teve que ser vendido ao governo da Itália e, durante a Segunda Guerra, passou ao controle da União.
Em 1947, o prédio perdeu o título de edifício mais alto da cidade para seu vizinho Prédio do Banespa.

Nas décadas de 60 e 70, o edifício Martinelli passou por uma fase extremamente decadente, se tornando uma espécie de cortiço. Muitas famílias moravam ali em condições insalubres e em meio a violência e prostituição. Nos anos 60 vários crimes ocorreram ali, inclusive assassinatos.
A recuperação do prédio deu-se apenas a partir de 1975, quando foi desapropriado e o processo de restauração iniciou-se. Foi reinaugurado em 1979, abrigando diversas repartições municipais.
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